Histórias Entrevista: Pavel Durov

Pavel, por que você criou o Telegram?

Pavel Durov:
Eu criei o Telegram porque percebi que a vigilância governamental estava se intensificando. Queria uma forma de comunicação realmente segura, onde a privacidade fosse respeitada.

Histórias Entrevistador:
Você se vê como alguém político?

Pavel Durov:
De forma alguma. O Telegram é neutro. Nós fornecemos nossa plataforma tanto para governos quanto para opositores. A liberdade de expressão é essencial.

Histórias Entrevistador:
Você teve problemas com autoridades russas, certo?

Pavel Durov:
Sim. Eles exigiram acesso a dados de usuários. Eu me recusei. A escolha era obedecer ou sair do país — eu saí. E fundei o Telegram nos Emirados Árabes.

Histórias Entrevistador:
Como é sua vida pessoal hoje?

Pavel Durov:
Eu prefiro não ter propriedades, carros ou ilhas. Isso me dá liberdade. Sou minimalista. O que importa é poder me mover e tomar decisões com independência.

Histórias Entrevistador:
O que você acha das grandes empresas como Apple e Google?

Pavel Durov:
Elas impõem censura. Limitam o que os usuários podem ver e fazer. Acredito que isso ameaça a liberdade de expressão no mundo digital.

Histórias Entrevistador:
E quanto à segurança nos celulares?

Pavel Durov:
Tenho minhas dúvidas sobre Android e iOS. Esses sistemas são vulneráveis à vigilância estatal. Precisamos repensar como usamos a tecnologia.

Histórias Entrevistador:
Você mencionou que o Telegram cresceu sem investir em publicidade. Como isso foi possível?

Pavel Durov:
Nunca gastamos um centavo em marketing. Todo o crescimento do Telegram foi orgânico. As pessoas gostam do produto e o recomendam. Atualmente, temos quase 900 milhões de usuários sem ter feito nenhuma campanha publicitária.

Histórias Entrevistador:
Isso é impressionante. Você também comentou sobre sua decisão de deixar a Rússia. Poderia explicar o que motivou essa escolha?

Pavel Durov:
Sim. Recusei-me a cumprir as exigências do governo russo, que queria acesso aos dados dos usuários. Isso levou à minha saída do país. Prefiro ser livre a obedecer ordens que vão contra meus princípios.

Histórias Entrevistador:
Entendo. E sobre sua vida pessoal, você mencionou que não possui bens materiais significativos. Qual o motivo dessa escolha?

Pavel Durov:
Para mim, a liberdade é a prioridade. Possuir imóveis ou outros bens me prenderia a um lugar. Prefiro manter-me leve e focado no que realmente importa: o desenvolvimento do Telegram.

Histórias Entrevistador:
Você já teve encontros com representantes do governo dos EUA?

Pavel Durov:
Sim. Em uma ocasião, agentes do FBI apareceram na casa que eu alugava para fazer perguntas sobre o Telegram. Também tentaram contratar um de nossos engenheiros para inserir backdoors no aplicativo, o que recusamos veementemente.

Histórias Entrevistador:
Isso é preocupante. E quanto às grandes empresas de tecnologia, como Apple e Google?

Pavel Durov:
Elas exercem uma forma de censura ao controlar o que pode ou não ser acessado em seus sistemas. Já enfrentamos ameaças de remoção das lojas de aplicativos por não seguirmos certas “recomendações”.

Histórias Entrevistador:
O Telegram tem sido usado por opositores em diversos países. Como você lida com isso?

Pavel Durov:
Mantemos uma posição neutra. Acreditamos que todas as vozes devem ser ouvidas, desde que não violem nossas diretrizes. A neutralidade é essencial para o progresso e a liberdade de expressão.

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